quarta-feira, 26 de novembro de 2008

N Múltiplos

Uma pequena amostra do que será a exposição.





Antônio Dias - Carrinho Crítico


Ferro fundido
11,5 x 16 x 24,5cm - Edição de 20









Amilcar de Castro - Escultura de corte e dobra redonda

Com certificado de autenticidade CA 000.307
Década de 90
Aço inox - 15cm diâmetro x 3 cm




Ernesto Neto - Macio Concreto

Tecido de algodão, polipropileno, cimento
31 x 25 x 18 cm - Edição de 21



Guto Lacaz - The book is on the table 2004

Papel e aluminio pintado
21,5 x 16 x 14,5cm - Edição de 30



Fotos: Miguel Aun

N Múltiplos


É amanhã!! Última exposição do ano.
Curadoria: Ligia Canongia

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Arte BO - Fotos

Com um pouco de atraso, algumas fotos da Feira de Arte Contemporânea de Bogotá.




Visão parcial do Stand I




Visão parcial do Stand II




Murilo sendo entrevistado




Murilo e o galerista carioca Artur Fidalgo




Visão parcial do Stand III


segunda-feira, 13 de outubro de 2008

A Galeria em Bogotá


Isso mesmo, iremos participar da ArteBO - Feira Internacional de Arte de Bogotá, dos dias 15 de Outubro até o dia 20.

Estamos levando os artistas: Abraham Palatnik, Fabiana Arruda, Fernando Velloso, Marcos Coelho Benjamim e a Nazareth Pacheco.



Para ver as obras que estarão lá, clique
aqui.




- por esse motivo, a galeria ficará fechada até o dia 23 outubro! Para falar com a gente, é só nos enviar um e-mail -

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Exposição - ARTE BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA - 18 PROPOSTAS - Fotos



Aí estão algumas fotos da montagem da exposição 18 PROPOSTAS que abriu neste sábado (30/08).





Trabalhos da Adelaide Ivanova, Regina Parra e Pitágoras.





Rogério Degaki, Daniel Murgel, Camila Macedo, Valdirlei Dias Nunes e Adams Carvalho.





Rodolpho Parigi, Daniel Murgel e Lucia Laguna.





Fabiana Arruda e Adelaide Ivanova.





Alice Shintani, Vitor Azambuja, Alice Shintani novamente e Daniel Murgel





Parede com trabalhos da Regina Parra e Adams Carvalho.





Rogério Degaki, Jurandy Valença, Valdirlei Dias Nunes, Vitor Azambuja, Elisa Sassi e Mariana Manhães.




James Kudo, Julio Villani e Mariana Manhães.



** ela fica até dia 27 de Setembro ! **
** De segunda à sexta das 10h às 19h, sábados das 10h às 13h **

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Exposição - ARTE BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA - 18 PROPOSTAS

adams carvalho ∙ adelaide ivanova ∙ alice shintani ∙ camila macedo ∙
daniel murgel ∙ elisa sassi ∙ fabiana arruda ∙
james kudo ∙ julio villani ∙ jurandy valença ∙ lucia laguna ∙
mariana manhães ∙ pitágoras lopes gonçalves ∙
regina parra ∙ rodolpho parigi ∙ rogério degaki ∙
valdirlei dias nunes ∙ vitor azambuja

Curadoria: Celso Fioravante
*

Do dia 30 de agosto ao dia 27 de setembro, 2008.

*

“Os artistas aqui apresentados trabalham com referências cotidianas (cinema, moda, publicidade, televisão, literatura, música, quadrinhos, história da arte etc.) e suas produções remetem aos mais diversos movimentos da história da arte. A escolha de 18 artistas é proposital, pois é uma referência à maioridade que o circuito brasileiro de arte atingiu nesses primeiros anos deste século 21, visível na participação das galerias de arte de diversas regiões do país em feiras internacionais e na consolidação irreversível de nossos próprios eventos e também do exterior, interessadas em um mercado em constante crescimento e também no saudável intercâmbio com um circuito de arte cosmopolita e vigoroso”. Celso Fioravante





sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Enquanto isso em BH...


... a galeria se prepara para receber a próxima exposição, no dia 30 de agosto.

Sem pausa!

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

A Galeria no Salão de Arte de SP

Estamos participando do Salão de Arte de São Paulo.



Visão parcial do stand I


Visão parcial do stand II


Visão parcial do stand III


Nosso stand é o de número 12 e trouxemos uma pequena mostra do nosso acervo, como Mestre Didi, Palatnik, Nazareth Pacheco, Gonçalo Ivo, Benjamim, Carlito Carvalhosa, Fernando Velloso, Rubens Gerchman entre outros.


O endereço é: Rua Dr. Alberto Cardoso de Melo Neto, 115
No clube A Hebraica - Salão Marc Chagall
São Paulo - SP

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Exposição - MESTRE DIDI - Fotos

Abaixo mais algumas fotos do dia da abertura da exposição MESTRE DIDI - Da Ancestralidade à Contemporaneidade, que foi toda ambientada pelo Pedro Pederneiras, do grupo Corpo.



[clique nas imagens para ampliar]

Juana Elbein, Murilo Castro e Mestre Didi ao lado da obra Opa Nila Baba Igi II – Grande Cetro do Pai da Árvore




Visão parcial I




Visão parcial II




Visão parcial III





Visão parcial IV

Pépeye Nilá - Ganso
Eyelé N'La - Pomba Mítica
Opa Ose - Centro da Dinastia e Ancestralidade




Da esquerda para direita:

Lorun Keta – Grande serpente do além
Sasara Nlá – Grande Xaxara
Sasara ati ado Meji / I – Xaxará com duas cabaças
Nilá Keji – Grande Xaxará II
Ejo Nile Awo – A grande serpente misteriosa




Òpá Ati Ibiri Kan - Cetro com ibiri
Oibiri Ati Ejo Nile - Panteão da terra
Ibiri - Emblema de nana




Mestre Didi com Juana Elbein dos Santos.
Fundo: obra Eleye N’la - Grade Pássaro Mãe





Murilo Castro, Nádia Setubal e Dr.Olavo Setubal Jr.




Empresária e colecionadora Angela Gutierrez





Pedro Pederneiras do grupo Corpo e Mestre Didi




Murilo Castro com os colecionadores Ramaya e Cristiane Vallias




Arquiteta Cícera Gontijo e Murilo Castro




Paulo e Pedro Pederneiras, do grupo Corpo, com a arquiteta Freuza Zechmeister e o restaurater Fernando Areco Motta




Colecionadores Cristina e Oromar Moreira com Mestre Didi

terça-feira, 29 de julho de 2008

Exposição - MESTRE DIDI - Da Ancestralidade à Contemporaneidade

Texto escrito pelo Washington Olivetto sobre o Mestre Didi





Sua Santidade, Mestre Didi.


A primeira vez que ouvi falar de Mestre Didi foi em Salvador, nos anos 70 do século passado. Naquela época, a Bahia não estava na moda como está hoje, e as coisas eram um pouco diferentes. A Baby do Brasil se chamava Baby Consuelo; a badalada promoter Licia Fabio ainda era a dedicada funcionária pública Licia Fabio; o Trapiche Adelaide da época respondia pelo nome de Bargaço; o atualmente glamoroso Convento do Carmo vivia momentos de plena decadência; o Pelourinho ainda não tinha sido restaurado; dançava-se no Recanto do Sandoval; bebiam-se batidas no Diolino, tomava-se caldo de sururu no Popular, e ninguém imaginava a futura existência de um restaurante japonês chamado Soho. Mas Mestre Didi já era uma lenda.


Nos anos 70, eu era assíduo freqüentador de Salvador e tinha amigos na publicidade, na música popular, nas artes plásticas, na literatura, na alta e na baixa sociedades, em Itapoã, na Pituba, no Rio Vermelho, na Vitória, e no Gantois.
Duda Mendonça me convidava para sua casa em Mar Grande; Caetano e Gil tinham voltado do exílio; Tati Moreno já esculpia seus maravilhosos Orixás; e Mãe Meninha do Gantois chegou a protagonizar, a meu pedido, um anúncio das máquinas de escrever Olivetti criado especialmente para o Dia das Mães de 1979, que caiu num 13 de maio, Dia da Libertação dos Escravos.
Foi nesse tempo que eu fiquei sabendo da existência de Mestre Didi.


Amigos me contaram que ele tinha nascido em Salvador, mas descendia da nobreza africana. E que não era apenas um grande artista plástico: era também sumo sacerdote do culto aos ancestrais Egungun e o único brasileiro que dominava totalmente a língua iorubá. A história me fascinou. Fiquei querendo saber mais.

Nos anos 80, continuei freqüentando Salvador. Me hospedava no Hotel Enseada das Lajes, de dona Maria Castro Lima, no Morro da Paciência (que depois virou a casa da Gal Costa), e aproveitava a boa vontade de dona Maria e seu fiel escudeiro, Bartô, para promover deliciosas feijoadas sergipanas preparadas no próprio hotel com a participação de Licia Fabio, que, naquele momento, iniciava sua trajetória no mundo das promoções.

Numa dessas feijoadas, pedi a Licia que me encomendasse uma obra que adoro e me orgulho de ter em casa: um Xangô esculpido pelo Tati Moreno. (Curiosidade: o Boni, José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, também tem um Xangô do Tati em sua casa de Angra dos Reis, merecidamente bem maior que o meu, devo reconhecer.)
Nos anos 80, aprendi um pouco mais sobre Mestre Didi.


Vi alguns de seus trabalhos, soube que ele tinha começado fazendo entalhes em madeira, depois passou a esculpir exus em cimento e barro e, aos 29 anos, já tinha publicado o seu primeiro livro, “Iorubá tal qual se fala”, com prefácio de Jorge Amado e ilustrações de Carybé.

Cogitei pedir que me apresentassem a ele, mas desisti, imaginando, com razão, ser muita pretensão da minha parte.

Só em 1996, impactado por sua Sala Especial na 23ª Bienal Internacional de São Paulo, por suas peças no Museu Picasso e no Museu Georges Pompidou, tomei coragem e decidi: “Um dia, vou conhecer Mestre Didi.” Coisa que só veio a acontecer em agosto de 2000.

Acompanhados dos amigos Katia e Walter de Mattos (dono do jornal esportivo Lance!) e da velha amiga Licia, que agendou a visita, Patrícia e eu estivemos na casa de Mestre Didi, no bairro de Ondina, em Salvador.

Fomos recebidos por ele e pela mulher, a antropóloga argentina Juanita Elbein dos Santos. A atmosfera era mágica. O espaço, fascinante. Juanita, extremamente articulada e falante. Ele, absolutamente compenetrado e silencioso.

Estivemos na sala de esculturas e eu resolvi comprar uma delas, qualquer uma, mas não sabia que linguagem usar. Talvez fosse mais educado procurar numa das muitas galerias que representam Mestre Didi mundo afora. Perguntei a Juanita, que me deixou inteiramente à vontade.

Escolhemos, Patrícia e eu, um cetro com nervuras de palmeiras, couro, búzios e contas. Compramos, exultantes.

De repente, Juanita nos convidou para conhecer o estúdio de trabalho de Mestre Didi, nos fundos da casa.


O espaço não era tão grande, mas passava a sensação de ser imenso. Havia algumas esculturas inacabadas, ferramentas e material de trabalho espalhados pelo chão.
Num canto, uma mesa relativamente arrumada e, em cima dela, uma impressionante, quase realista, escultura de um esguio jogador de futebol negro, feita com nervuras de palmeiras pintadas em diferentes cores.

Eu e Walter de Mattos, fanáticos por futebol, ficamos extasiados e, pela primeira vez, Mestre Didi falou que a escultura representava a ele quando moço.
Me dirigi ao canto onde estava Juanita, que entendeu imediatamente o que eu pretendia dizer e se antecipou: “Essa é dele; ninguém pode ter.”

Voltamos para a sala, e Mestre Didi ficou no estúdio.
De repente, apareceu com o jogador de futebol nas mãos, entregou-o a Juanita e disse, apontando pra mim: “Ele pode ter.”
Naquele momento, não me senti presenteado. Me senti abençoado.
Meia hora depois, já parecíamos velhos amigos.
Prometi a Juanita ajudá-la na divulgação do II Encontro Internacional de Direitos do Homem e Diversidade Humana, que ela estava organizando para outubro daquele ano. Trocamos telefones e nos retiramos, eufóricos, com as esculturas debaixo dos braços.


8 de julho de 2004. Nascem meus filhos gêmeos, Antônia e Theo.
Dias depois, recebo uma carta que, desde então, está emoldurada no quarto das crianças:


“Caros Washington e Patrícia,

Omo l’okùn
Omo ni de
Omo ni jingindinríngín
A mu se yi, mu s’òrun
Ara eni

Um filho é como contas de coral
Vermelho
Um filho é como cobre
Um filho é como alegria
Inextinguível
Uma honra apresentável
Que nos representará depois da morte

Oriki nagô, cantado em homenagem ao nascimento de um filho.
Quando gêmeos, repetir a saudação duas vezes.
Junto ao oriki, nosso abraço compartilhando alegrias.

Juanita e Didi

Em Salvador, 27 de julho de 2004.”



Washington Olivetto

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Exposição - MESTRE DIDI - Da Ancestralidade à Contemporaneidade



Um Mestre da escultura afro-brasileira aos noventa anos

Deoscoredes Maximiliano dos Santos, mais conhecido como Mestre Didi, Alapini do culto dos ancestrais, escritor e escultor, voltado para suas profundas raízes africanas.

Muito embora suas esculturas estejam fundamentadas num processo criativo com fortes laços da religiosidade e da tradição africana, podemos vê-las, além desse mister, com outros aspectos intrinsecamente da escultura propriamente dita. Entretanto, para isso, seria necessário um outro olhar sobre o ponto de vista da estética ocidental; isto posto, uma nova questão se apresenta, de como entender uma criação de obras tão complexas como essas produzidas pelo mestre Didi e seus reais vínculos, com uma e outra cultura, que se mesclam magicamente nessa produção entre arte e religião, entre a África e o Brasil.
O sincretismo no Brasil deixou marcas indeléveis em nossa formação cultural, sobretudo na forma de apreender, devolver e conviver com todos os significados do imaginário sagrado e dos mitos do universo nagô-africano-brasileiro.

“Esta função foi particularmente analisada pelos etnólogos e etno-esteticistas. Nessa perceptiva, supõe-se que os africanos acreditam que a arte, em particular, permite transpor o fosso que separa o real (seres vivos e as coisas, e o irreal - os mortos, os ancestrais míticos e totêmicos, as divindades e as forcas)”
[1], analisa o ensaísta Abdoul Sylla, do Senegal, em seu artigo Criação imitação – na arte africana tradicional.

Mestre Didi é representante legítimo de sua origem Iorubá. “Esse povo era constituído de construtores por excelência, ferreiros, fundidores de ferro, carpinteiros, entalhadores de cabaças, tecelões, cesteiros, chapeleiros; esse povo também criou uma das civilizações mais urbanas da África negra. O povo Ioruba acreditava que o mundo tinha nascido, estava florescendo com uma força artística que, mais tarde, provocou o assombro do Ocidente”.
[2] Pode-se dizer que a obra constituída por esses símbolos, ora religiosos, ora inventivos e livres, vem desse halo criativo e transformador do povo Iorubá, que se fundamenta nesse grande sentido estético e da beleza, na junção de diversos materiais próximos da natureza.

A magia dessas esculturas está na forma como, visceralmente, Mestre Didi transpõe a energia de interpretação mitológica e inventividade de formas, ritmos e composições, se articulando num espaço negativo e positivo, num desafio de equilíbrio totêmico que se abre no espaço, como árvores plantadas numa base de seção côncava e circular. Essa elegância na construção de objetos verticalizantes se desenvolve e se abre no espaço, numa ação de pura gestualidade. Grafismos compostos de múltiplas linhas encastoadas por pequenos anéis de couro, cores vibrantes que amarram as nervuras naturais de palmeiras, são como ritmos alternados que andam no corpo da escultura. Ele também se vale de anéis de miçangas ou contas de louça e de búzios para reforçar a trama dessa obra originalíssima. Alguns desses mastros verticais denominados os Sasaras, os Ibiris, os Ofas, os Opas, são na iconografia do Mestre Didi, exemplos da sua criatividade como um jogo lúdico a construir uma obra com fortes vínculos com a arte sacra afro-baiana.

Devemos aqui citar um trecho de um texto inspirado de Joana Elbein dos Santos, a maior conhecedora do universo místico e artístico do escultor: “A aproximação às obras de Mestre Didi se realiza em dois níveis: o manifesto - significante e ethos – em que a escultura pode ser analisada como forma estética em si, como signo de comunicação comunitária, como elo de comunicação entre o artista e o observador, e o nível latente, condutor de conteúdos abstratos que participam dos mistérios litúrgicos, veiculando elaborações inconscientes onde são sublimadas as fantasias básicas da herança cultural milenar e as do próprio criador. Vale destacar que a comunicação estética, o prazer e a emoção de gozar o belo, não precisam de antecedentes interpretativos, mesmo que aspectos vinculados às latências de obras pouco familiares escapem ao observador.
A emoção é transmitida mesmo desconhecendo-se os significados subjacentes.
O observador se sente participante de uma poesia ancestral e atualizada.

Inspirando-se livremente na simbologia do sagrado inicial de seu povo, suas concepções estéticas projetam com singular sensibilidade a minuciosa técnica a profundidade mística, a tradição e a contemporaneidade da existencial criatividade do sacerdote-artista. As obras de Deoscoredes Maximiliano dos Santos-Mestre Didi, inscrevendo-se na vertente mitológica das artes, projetam uma energia poética de caráter universal. Precisamente pela total independência e originalidade, sua obra se inscreve em uma arte de vanguarda”.
[3]

Emanoel Araújo
Diretor-curador
Museu Afro Brasil





[1] In África e Africanias de Jose de Guimarães - Espíritos e Universos Cruzados, Abdul Sylla, Museu Afro Brasil, São Paulo, 2006.

[2] In A Luz do Espírito - A Arte e a Filosofia Africana e Afro-Americana, Robert Farris Thompson, Random House, New York, 1963.

[3] In Mestre Didi - Esculturas, Juana Elbein dos Santos, Galeria Prova do Artista Salvador, Bahia, 1996.
- A partir do dia 18 de julho até 09 de agosto -

segunda-feira, 30 de junho de 2008

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Exposição - PAULO VIVACQUA - Fotos



Algumas fotos da exposição do Paulo Vivacqua, que fica na galeria até o dia 12 de Julho.












segunda-feira, 16 de junho de 2008

Exposição - PAULO VIVACQUA




Que arte é essa? Numa época em que tudo está gritando, há o desejo de uma arte quieta na razão inversa do barulho. Que arte é essa que, ao sussurrar, constitui a profundidade do sentido na superfície impalpável do ar? Que arte é essa que nos convida à profundidade da superfície, como se fosse uma pintura de camadas de ar a nos envolver, não pelo tato, mas pelo ato e pelo fato de um som que funda um tempo que se estica preguiçosamente no espaço e que trai a vertigem avassaladora da fragmentação contemporânea? Que arte é essa que quer retornar a alguma forma de constância, e quer ser no tempo parada para que o tempo seja maior que o espaço e nos convide a conviver com uma freqüência mais baixa em que a alma se acalma, o pensamento flui e a leveza possa existir? Que arte é essa que quer criar estabilidade num mundo fragmentado e que, em se fazendo no tempo, quer nos dar acesso para um lugar fora do tempo? Fora desse tempo que se tornou uma medida asfixiante porque quer definições (e elas não são possíveis); porque quer certezas imperais, quando elas não mais existem; porque quer o sentido, onde só há patinação na superfície.

Que arte é essa que nos convida a conviver com a flutuação? Flutuar é conviver na leveza; é buscar a superfície da profundidade. A areia no fundo do oceano, o oceano no fundo da areia, a lua no meio do céu, e o céu no meio de outros céus. Flutuar é ser no som. É pensar por saltos. É ver por justaposição. É a sintaxe do vento. São as folhas se mexendo não por uma causalidade mecânica, mas por uma força impalpável que as envolve e as conduz. A sintaxe do vento é a sintaxe do som atonal, do olhar magrittiniano, do verbo de Becket; de uma narrativa flutuante. Uma narrativa que se constitui no processo não aleatoriamente, mas por uma sincronia que se impõe pela força de um mesmo imaginário. Que arte é essa que quer potencializar um outro imaginário? Um imaginário que possa fluir na leveza da flutuação e cerzir sentido em um tecido esgarçado pelo excesso de demanda de desejos, pela constrição da velocidade, pela dispersão da fragmentação, pelo patético da estupidez.

Que arte é essa que, ao ser confortável aos sentidos, é generosa consigo mesma não gerando expectativas, mas solicitando atenção, delicadeza e disponibilidade? Que arte é essa que quer a calma e a experiência da radicalidade do real, sem os subterfúgios da fantasia da realidade ou, ainda, deseja a fantasia como uma realidade possível? Que arte é essa que tem uma intencionalidade romântica de chegar à coisa em si, mas que dela se desvia, não pelo medo ou pela insegurança, mas pela certeza da abrangência que sabe estar contida naquilo que quer flutuar e nunca se fechar? Que arte é essa que deseja planos mais lentos e consistentes, que nos convida a mergulhar no lago, ver o reflexo das águas, ouvir o som dos ventos e dos pastores, o canto dos anjos e a voz das sentinelas, a presença pelo som, o sentir pela imagem? Que arte é essa que quer ser visível, sendo som; que quer ser som, sendo visível? Que arte é essa que quer esculpir o tempo?

Que arte é essa que quer nos dar o tempo como preciosidade? Paz (o ronco dos vulcões). Paz (o abandono das enchentes). Paz (a fera revoltada). Paz (a solidão da velhice). Paz (a cegueira no precipício). Paz (o grito no sonho). Paz (o som do surdo). Paz (a ferida interna que não se fecha). Paz (a sabedoria do paradoxo). O som do silêncio. O mundo que se expande dentro de cada um de nós. O mundo sem medida ou tamanho, que nos torna cúmplices do nascimento e da morte. Porosos. O som que acalma e a cantiga de ninar. Mãe. O mundo é som (Peter Sloterdijk). Tudo vive no som. Tudo tem tremor de som. O som é o uivo do eterno, principalmente quando há silêncio; quando as palavras se recolhem e o som se amplia e nos reconhecemos no som primordial (Big bang), que fez eclodir a visão e nos gerou no tempo que nos abriga. Que arte é essa que alguns de nós queremos construir e que dê conta das dúvidas, estranhezas, incertezas, imponderáveis, imprevisíveis e tudo o mais que nos aflige, que nos põe frente a frente com o mistério, do qual não queremos escapar, mas o desejamos por ser a saída para um encontro com certezas que nos deixam mais próximos de nós.

Que arte é essa que à la Matisse quer o conforto da paz porque quer confeccionar o sentido no seu limite porque, como Becket, não se trata de localizar o desejo de um sujeito, mas de formatar os outros entre os outros, localizando um lugar? Um lugar onde nos sentimos confortáveis com o desconforto de nosso tempo porque é um lugar abrangente em que não nos escondemos nas mentiras, mas delas nos protegemos ao aceitá-las como verdades. Que lugar é esse que essa arte almeja – o lugar onde talvez alguns de nós gostaríamos de estar –, que indica com seu som que é possível estender o tempo, que é possível ser no tempo, que é possível esquecimento. Que lugar é esse que anunciado pelo fim da história (pelo fim dos tempos) é aguardado como uma reconciliação com o uno e que hoje experimentamos como o incontrolável deslocamento do múltiplo? Que lugar é esse inventado pela arte, que hoje ela recusa ocupar, mas que almeja recuperar como o lugar onde a vida sempre esteve? Que lugar é esse?

Marcio Doctors



Em exposição do dia 20 de junho a 12 de julho

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Agenda

Cildo Meireles . Tempos e Espaços: estética como ética / ética como estética

O seminário que irá discutir a produção de Cildo Meireles chega à BH neste sábado (14/06), no Inhotim.

Mais informações:

O seminário “Cildo Meireles. Tempos e espaços: estética como ética/ ética como estética” reúne, pela primeira vez no Brasil, teóricos de diversas áreas para discutir a produção de Cildo Meireles e, a partir dela, questões urgentes no contexto atual da globalização: do redimensionamento das fronteiras entre centro e periferia às relações entre identidades locais e cultura global. O seminário acontece em três finais de semana consecutivos na Estação Pinacoteca, em São Paulo (SP), em Inhotim Centro de Arte Contemporânea, em Brumadinho (MG), e na Funarte, em Brasília (DF).

Em mais de quarenta anos de produção artística, Cildo Meireles (Rio de Janeiro, 1948) vem lidando com novas formas de circulação do trabalho de arte, buscando refletir, na estruturação da própria obra, sobre os sistemas de circulação simbólica que, de forma variada e com intensidades diversas, é constantemente apropriado pela lógica capitalista de circulação de mercadorias. Nos últimos anos, seu trabalho tem sido consagrado no panorama nacional e internacional tanto pela discussão sobre o poder de mudança e transformação da arte na sociedade contemporânea quanto por inaugurar novas práticas artísticas condizentes com uma possível inserção crítica neste sistema.

A aparente simplicidade formal de seus trabalhos mescla sistemas simbólicos e de linguagem advindos de vários campos de conhecimento e saberes tradicionais. Tal abordagem propicia um processo de re-significação que potencializa, a partir de sutis deslocamentos, o poder poético e político de elementos institucionalizados. Neste sentido, sua obra se apresenta como local privilegiado de reflexão sobre a relação entre ética e estética, política e arte, na sociedade contemporânea.

PROGRAMAÇÃO

SÃO PAULO-SP

Sábado, 07 junho
10h – Palestra de Moacir dos Anjos
15h – Inserções e circuitos - Mesa-redonda com Suely Rolnik e Ricardo Basbaum.

Domingo, 08 junho
11h – Palestra de Sônia Salzstein.

Local: Auditório Vitae – Estação Pinacoteca do Estado de São Paulo, Largo General Osório, 66 – São Paulo - SP.
Entrada gratuita. Distribuição de senhas uma hora antes.Lotação: 160 lugares.



BRUMADINHO-MG

Sábado, 14 junho

11h – Palestra de Paulo Herkenhoff.
15h – Cultura e lugar, Global e local - Mesa-redonda com Lynn Zelevansky e Thais Rivitti.

Local: Galeria Fonte, Inhotim Centro de Arte Contemporânea, Rua B, 20 – Inhotim – Brumadinho - MG.

Entrada gratuita. Inscrição obrigatória pelo e-mail info@inhotim.org.br e pelo telefone (31) 3227-0001




BRASÍLIA-DF

Sábado, 21 junho

14h30 – Palestra com Frederico de Morais.
16h30 – Entrevista aberta com Cildo Meireles pelos críticos Frederico Morais, Glória Ferreira e Lisette Lagnado, com mediação de Evandro Salles.

Domingo, 22 junho

15h – Mesa redonda com os curadores do seminário Taisa Palhares, Rodrigo Moura, Jochen Volz e Evandro Salles.

Local: Sala Cássia Eller, Complexo Cultural Funarte - Brasília. Eixo Monumental Setor de Divulgação Cultural Lote 2 – Brasília – DF.

Entrada gratuita. Inscrição obrigatória pelo e-mail bsb@funarte.gov.br. Informações pelo telefone (61) 3322.2029 e pelo site da
funarte

link: http://www.cultura.gov.br/programas_e_acoes/cultura_e_pensamento/noticias/index.php?p=31556&more=1&c=1&pb=1

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Lemos e gostamos



Publicado originalmente no site artinfo, o galerista e colecionador WM Hunt, da galeria Hasted Hunt em New York, dá algumas dicas para colecionadores de fotografias. Vale ressaltar que várias das dicas podem ser aproveitadas para outros tipos de obras e não apenas fotografias.


Vale a pena ler!


Nine Tips for Photography Collectors
By Kris Wilton
Published: May 22, 2008


NEW YORK—“The difference between someone who collects and someone who doesn’t collect,” says WM Hunt, cofounder of Chelsea’s
Hasted Hunt gallery and a 35-year collector himself, “is committing. You like a picture, you’ve got the money, buy the damn thing. Commit.

”Hunt offered this tough-love call to action at a panel called “Collecting Photography: What’s Hot,” at the debut
New York Photo Festival, which took place in Brooklyn’s Dumbo neighborhood May 14–18. Joining him were fellow gallerist Yancey Richardson, collector (and record exec) Kent Belden, and Patrick Amsellem, who is associate curator of photography at the Brooklyn Museum. The discussion was organized by AIPAD (the Association of International Photography Art Dealers).

Like many of photo-world professionals and enthusiasts who attended the new festival, dedicated to “the future of contemporary photography,” these four talked about finding that perfect work — a work that compels you to collect — as a visceral, pulse-raising experience.

“Look at the hair on the back of your hand,” advises Hunt. “Listen to your heart. Commit.”

Here are some more tips from the panel to help you get started.


1. No Trust Fund? No Problem You might not be a nouveau riche Russian billionaire or the heir to a family forture, but that doesn’t mean you can’t be a collector. “There are many areas of the market to collect in," says Richardson. "You can buy Struth and Gursky and be ready to spend a hundred thousand to half a million dollars, but you can also buy strong young artists for, say, $2,000 to $3,500.”

2. Let Dealers Help “A lot of dealers are collectors at heart, so they share this excitement and enthusiasm for finding a piece that’s fabulous and wonderful and right for you,” says Richardson — even if that fabulous piece is in another gallery. “Part of the excitement of the photographic community is that a lot of sharing goes on.”

3. Be SneakyIf you find a work that you love but can’t afford, look around a bit, advises Belden. You may be able to find a smaller version of it being offered somewhere else. Belden does most of his searching online, trying auction house, gallery, and artist Web sites.

4. Look in the ClosetIf you go to an art fair, says Richardson, look in the closets. “I’ve found some of the best pieces for myself and my clients in the closets of the exhibition booths. They’re for sale, but they’re tucked away for one reason or another.”

4. Don’t Rely on FairsGo to art fairs to see a range of work, but go to exhibitions at galleries to learn about a particular artist’s range, says Richardson. “You’ll have a much better understanding of who that artist is.”

5. And While You’re There…If you find an artist you like at a particular gallery, ask to see work by other artists it represents, since it could be that your taste overlaps with the gallerist’s. You can also browse through a gallery’s stable of artists online, though Richardson warns that there’s a good chance the images posted there are not necessarily the newest work.

6. Do Not Fear the GallerinaThose chic, bespectacled young aesthetes behind the desk at the gallery may not be the most welcoming, but they’re there to help. “I know people find galleries intimidating,” says Richardson, “but we’re always trying not to be.” She suggests the following approach: “If you’re interested in something, walk up to the gallerina at the desk and say you’d like some help, or point to something on the wall and say, ‘Who is that, can you tell me about that?’ In many galleries, someone will happily get up and talk to you about the artist.”

7. Stop By in the Summer“Summertime’s a great time to look at photographs,” says Hunt, “because many galleries will do a summer show that features talent that the gallery’s trying on to see the response. The price point is pitched a little lower, because you get a different kind of traffic in summer. And I think dealers behave a little differently.”

8. Give a Little, Get a LittleCharity auctions can be a great place to find bargains, says Richardson. Galleries are unlikely to offer up their very best gems, but “often a lot of very good pieces are donated. It’s also a great way to get exposed to a lot of work.” Hunt adds that it’s also “a great way to see a mix of photographs that may otherwise never be seen together.”

9. Be a JoinerIf you can afford it, join the support group for patrons of the photography department of your local museum, suggests Richardson. “Curators and directors will talk with you about work they’ve seen that they think is important. They’ll take you through the art fairs and help you understand what you’re looking at.”


Fonte:
http://www.artinfo.com/news/story/27658/nine-tips-for-photography-collectors/

sábado, 31 de maio de 2008

Arte BA - Saiu no UOL



28/05/2008 - 21h00

Galerias brasileiras expõem em feira de arte contemporânea na Argentina

Buenos Aires, 28 mai (EFE) - Oito galerias brasileiras exporão obras na ArteBA'08, realizada em Buenos Aires e que abre novamente suas portas ao público entre esta quinta e a próxima segunda com uma ampla oferta de produções de artistas latino-americanos.

O Brasil será representado pelas seguintes galerias: Almacén Galería de Artes Ltda.; Arte em Dobro; Baro Cruz; Bolsa de Arte; Leme; Mendes Bahía - Arte Contemporâneo; Murilo Castro; Thomas Cohn; e Valu Oria. Os galeristas têm boas expectativas de vendas devido ao momento positivo pelo qual atravessa a arte contemporânea em geral, o qual também esperam que contagie os artistas latino-americanos.

A feira de Buenos Aires conta com 81 galerias de arte expositoras de Argentina, Chile, Colômbia, Costa Rica, Peru, República Dominicana, Uruguai e Venezuela, além de Espanha, Estados Unidos e França. "Cada um oferece alternativas muito variadas. Esperamos ter boas vendas, não só para o colecionador tradicional, mas também para investidores que vêem na arte um refúgio perante a crise nos mercados", disse à Agência Efe uma galerista, enquanto armava seu estande de exibição.

A ArteBA, que no ano passado foi visita por 113 mil pessoas, é um ímã para os colecionadores estrangeiros, que chegam atraídos pela atrativa oferta artística regional e pelos preços acessíveis.

Fonte: http://diversao.uol.com.br/ultnot/efe/2008/05/28/ult1817u8278.jhtm

ArteBA

Algumas fotos do nosso stand